O que é Paládio
O que é o Paládio
Ouro e Prata são dois metais preciosos “padrão” comumente empregados como reserva de valor, além de terem seus usos corriqueiros, como na fabricação de jóias, moedas e na indústria em geral. A Platina, apesar de ser menos comum, também é um metal precioso bastante conhecido. Completando o grupo do “quarteto fantástico” dos metais preciosos temos um outro metal importante chamado de Paládio, que também é empregado da mesma forma que os anteriores – mas não é nem de longe tão conhecido quanto os demais.
Mas afinal de contas, o que é o Paládio? Para que serve esse material? É possível investir em paládio?
O Paládio é um metal precioso, de número atômico 46 e símbolo Pd na Tabela Periódica dos Elementos Químicos. Pertence ao grupo da Platina (que também conta com ródio, rutênio, irídio e ósmio), sendo menos denso e muito mais fácil de fundir do que os outros metais desse grupo, e que encontra diversas aplicações na indústria, joalheria e também como investimento.
Visualmente, o paládio se parece bastante com a platina em si, com cor branco prateada brilhante, com um brilho metálico menos intenso que o da prata, sendo altamente resistente à corrosão; ele não se oxida facilmente ao ar, o que significa que mantém sua aparência brilhante e prateada sem a necessidade de manutenção constante.
Descoberta do Paládio
Por volta do ano 1700, mineradores no Brasil encontravam às vezes um metal que chamavam de ouro podre, que (sabemos hoje) é na verdade uma liga nativa de paládio e ouro. Porém, o paládio não foi descoberto a partir do ouro podre, mas sim em 1802 pelo químico inglês William Hyde Wollaston a partir de uma amostra de platina, e recebeu seu nome em referência a um asteróide de nome Pallas, o qual por sua vez recebeu seu nome em referência à deusa grega Atena, que era conhecida como Palas Atena.
Isto foi conseguido em 1803 por William. Wollaston observou que ao tentar dissolver a platina comum em água régia (uma mistura de ácido nítrico + ácido clorídrico), nem toda a platina era dissolvida, sobrando um resíduo do qual ele acabou extraindo o paládio.
Sua descoberta não foi anunciada de imediato, mas ele colocou o novo metal à venda como uma “nova prata”. O químico irlandês Richard Chenevix comprou algumas amostras, investigou e concluiu (erroneamente) que o material se tratava de uma liga de mercúrio e platina. Porém em fevereiro de 1805, Wollaston se revelou como o descobridor e então escreveu um relato completo e convincente do metal e de suas propriedades.
William Wollaston também descobriu outro metal precioso em 1804: o Ródio, um metal muito valioso e de massa similar à do paládio – a densidade do ródio é de 12,423g/cm3.
Paládio, para que serve? As aplicações do Paládio
Mais da metade do paládio extraído no mundo é empregado na fabricação de conversores catalíticos (catalisadores) de automóveis, que são usados para converter os gases tóxicos no escapamento de automóveis em produtos não-tóxicos.
O paládio também encontra aplicações diversas na indústria eletrônica (capacitores cerâmicos), na medicina, odontologia, tratamento de água e purificação de hidrogênio, e na fabricação de jóias (como jóias de “ouro branco”), instrumentos musicais e algumas moedas.
O paládio não possui nenhum papel biológico conhecido, e não é considerado tóxico.
Onde o Paládio é encontrado
O paládio pode ser encontrado de forma livre na natureza, inclusive no Brasil, mas a maior parte do metal é encontrada em minerais de enxofre, como a bragita. É comumente extraído comercialmente como subproduto do refino de níquel.
Também é extraído como subproduto do refino de outros metais como o cobre e o zinco.
Atualmente, os maiores produtores de paládio do mundo são (em ordem): Rússia, África do Sul, Canadá, Zimbábue e Estados Unidos.
Investimento em Paládio
Como uma commodity, o paládio possui os códigos ISO 4217 XPD e 964, e a maior parte do paládio extraído é empregada na indústria, principalmente na produção de catalisadores para automóveis.
Mas o paládio também pode ser empregado como investimento, principalmente como reserva de valor, da mesma forma que ocorre com outros metais preciosos. O preço do paládio tem variado nos últimos anos, atingindo a marca de R$ 169,00 o grama (dado de 11/07/24), apenas 2 reais abaixo da cotação da platina, apesar de estar caindo de forma consistente desde seu pico, entre 2021 e o início de 2022.
Para investir em paládio, é possível comprar barras e moedas, de modo a diversificar a alocação de seus ativos em um portfólio de metais. Por ser um metal de extrema utilidade na indústria, sua demanda deve continuar alta, o que pode fazer com que seu preço volte a subir no futuro.
Um ponto a considerar é a aquisição de moedas de paládio: essas moedas podem carregar um prêmio elevado, fazendo com que não seja um investimento atrativo – mas certamente, do ponto de vista de coleções numismáticas, pode valer a pena. Para investimento puro e simples no metal se recomenda a aquisição de barras de paládio.
Desvantagens de Investir em Paládio
Existem algumas desvantagens no investimento em paládio, que são as mesmas desvantagens do investimento em qualquer outra commodity física, como por exemplo:
- Volatilidade: O preço do paládio pode ser bastante volátil, sujeito a flutuações bruscas.
- Custos de Armazenamento: Investir em paládio físico envolve custos de armazenamento e seguro – afinal, é fácil roubar barras e moedas.
- Risco de Mercado: Fatores como a desaceleração econômica ou mudanças na tecnologia automotiva (como a mudança para carros elétricos) podem impactar negativamente a demanda.
- Liquidez: Investir em paládio físico traz menos liquidez ao seu portólio, talvez tornando mais difícil vender o metal rapidamente se for necessário levantar dinheiro de forma repentina.
Ainda assim, considerando seu potencial de valorização e demanda industrial, o a alocação de recursos nesse metal pode ser uma forma interessante de diversificar seu portfólio, com a possibilidade adicional de lucros com o aumento de seu preço.
Dados Técnicos do Paládio
- Símbolo: Pd
- Número Atômico: 46
- Massa Atômica: 106,42
- Grupo: 10 (grupo da platina)
- Período: 5
- Ponto de Fusão: 1554,9°C / 1828,05 K
- Ponto de Ebulição: 2963°C / 3236 K
- Fase nas CPTP: Sólido
- Densidade: 12,007 g/cm3
- Abundância Estimada na Crosta Terrestre: 0,000037 ppm
- Número de Isótopos: O paládio possui 6 isótopos estáveis:
- 102Pd – abundância de 1,02%
- 104Pd – abundância de 11,14%
- 105Pd – abundância de 22,33%
- 106Pd – abundância de 27,33%
- 108Pd – abundância de 26,46%
- 110Pd – abundância de 11,72%
- Eletronegatividade: 2,20
- Estados de Oxidação Comuns: 0, +2,+4,
- Raio Atômico: 163 pm (Van der Waals)
- Configuração Eletrônica do Paládio: [Kr]4d10
- Número CAS: 7440-05-3
- ChemSpider ID: 22380
Referências
- John Emsley, Nature’s Building Blocks: An A-Z Guide to the Elements, Oxford University Press, New York, 2nd Edition, 2011.
- Periodic Table of Videos. Criado pelo jornalista Brady Haran em conjunto com químicos da Universidade de Nottingham.
- PubChem. Palladium. National Library of Medicine.
- Green, D. The Periodic Table in Minutes: The elements and their chemistry explained in an instant. 1ª Edição. 2016. Ed. Quercus
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