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O que são as Classes de Ativos em Investimentos

Classes de Ativos em Investimentos

Classes de ativos são uma forma de categorizar conjuntos de investimentos que compartilham características semelhantes de risco, liquidez e comportamento frente às oscilações de mercado. Em vez de olhar cada aplicação isoladamente, agrupa-se, por exemplo, as ações num mesmo grupo, os títulos de renda fixa em outro, e assim por diante.

Essa classificação facilita a compreensão do funcionamento dos diferentes tipos de ativos e auxilia na construção de carteiras de investimento diversificadas.

Como categorizamos os ativos?

No universo dos investimentos costumamos distinguir três categorias centrais de instrumentos financeiros.

Primeiro, os ativos de renda variável — como ações e fundos imobiliários — que costumam oferecer um potencial de retorno mais elevado, mas flutuam com maior intensidade. São ativos financeiros.

Segundo, os ativos de renda fixa — como por exemplo os títulos públicos, CDBs e debêntures — que tendem a pagar juros definidos antecipadamente, trazendo menor volatilidade e previsibilidade de fluxo de caixa. Também são ativos financeiros.

Terceiro, os ativos reais — imóveis, commodities, ouro, etc., que em tese protegem o capital investido contra a inflação e oferecem diversificação, pois nem sempre se movimentam na mesma direção que mercados de ações e títulos.

Quais são as principais classes de ativos?

As principais classes de ativos incluem:

Renda Fixa

Ativos de Renda Fixa (RF) são aqueles cujas regras de remuneração são definidas no momento da aplicação, como títulos públicos (ex.: Tesouro Direto), Certificados de Depósito Bancário (CDBs), Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e do Agronegócio (LCAs), e debêntures. Geralmente apresentam menor risco e menor potencial de retorno em comparação com a renda variável.

Dependendo do momento quando a taxa de juros de retorno é definida, os papéis de renda fixa podem ser classificados como pré-fixados, pós-fixados ou ainda híbridos, que mesclam características de títulos pré e pós.

Por exemplo, um CDB que pague 15% ao ano é um título pré-fixado, pois se sabe de antemão qual será a taxa de retorno aplicada. Já um título que pague a taxa IPCA é pós-fixado, pois só saberemos o quanto iremos receber após sabermos qual foi o valor do IPCA no período.

E ainda, um título que pague “CDI + 6%” é híbrido, pois uma parte da rentabilidade é conhecida de antemão (os 6%), e a outra parte somente será conhecida no final do período. Trata-se entção, de uma renda fixa híbrida.

Renda Variável

Já em renda variável temos ativos cujo retorno não é predefinido e varia de acordo com as condições de mercado. O principal exemplo são as ações de empresas negociadas em bolsa de valores. Também incluem Fundos Imobiliários (FIIs) e Exchange Traded Funds (ETFs). Apresentam maior risco, porém com maior potencial de retorno para o investidor.

Podem retornar lucro de duas grandes formas: por meio da valorização do ativo em si, ou ainda pelo pagamento de proventos periódicos, por exemplo dividendos e juros sobre capital próprio no caso de ações, ou rendimentos mensais de fundos imobiliários, por exemplo.

Dividendos de Ações

Imóveis Físicos

Trata-se de investimentos tradicionais no setor imobiliário, tanto em imóveis para moradia quanto comerciais (casas, apartamentos, terrenos, etc.). Podem gerar renda através de aluguel ou ainda pela valorização do bem.

Commodities

Por commodities entendemos matérias-primas (bens físicos) como petróleo, ouro, soja e café, negociadas em mercados nacionais e internacionais. Seus preços são influenciados pela oferta e demanda global, condições climáticas e eventos geopolíticos. Geram renda normalmente por meio de valorização do ativo, sem gerar um fluxo de caixa periódico por meio de proventos, como no caso dos ativos de renda variável.

Barras de Ouro Bullion Image by Soofia Tailor from Pixabay

Moedas

Inclui diversas moedas estrangeiras (dólar, euro, libra, etc.) e, em alguns casos, criptomoedas. As oscilações de valor dependem de fatores econômicos e políticos de cada país (ou da dinâmica de oferta e demanda no caso das criptomoedas).

Cédulas e moedas do mundo

 

Derivativos

Além das categorias de ativos listadas acima, ainda existem os ativos chamados de derivativos, que se tratam de contratos financeiros que derivam seu valor de outros ativos (como ações, títulos, moedas, commodities). Geralmente são utilizados para proteção (hedge) ou ainda especulação, como por exemplo contratos futuros e opções de ações.

Como construir uma carteira de investimentos?

Ao construir uma carteira de investimentos, a escolha das classes de ativos deve considerar o perfil de risco do investidor (conservador, moderado ou arrojado), seus objetivos financeiros (aposentadoria, compra de bens, etc.) e o prazo do investimento, que pode ser curto, médio ou longo.

Normalmente, ao abrir uma conta em uma corretora, o investidor responde a um questionário de avaliação que permite determinar em qual perfil de risco ele se encaixa, e essa informação será usada para guiar o investidor na compra de seus ativos de investimento.

A diversificação entre diferentes classes de ativos é uma estratégia importante para reduzir o risco global da carteira, pois diferentes classes podem ter desempenhos distintos em diferentes cenários econômicos.

Por que misturar diferentes classes de ativos faz diferença?

Ao dividir o capital entre grupos distintos (alocação), reduz-se a dependência de um único tipo de investimento. Chamamos isso de “diversificação”, evitando o que chamamos no popular de “colocar todos os ovos num mesmo cesto”.

E qual a importância de diversificar? Em ocasiões de crise econômica, por exemplo, títulos públicos tendem a se valorizar enquanto as ações caem; num ciclo de alta da bolsa de valores, o inverso pode ocorrer. Essa sinergia suaviza as oscilações da carteira e torna o caminho até a meta financeira (aposentadoria, compra de imóvel, etc.) mais previsível e fácil de atingir.

Muitos fundos de investimentos são compostos pela mistura de classes de ativos, por exemplo com parte do capital alocado em renda fixa, parte em renda variável e parte em moeda estrangeira, por exemplo.

Como começar a alocar entre as classes?

Como citado, o primeiro passo é identificar o perfil de risco do investidor e o prazo de cada objetivo. Quem precisa do dinheiro em curto prazo — digamos, para reforma de um apartamento em até cerca de seis meses — deve dar preferência à liquidez imediata e à renda fixa de curto prazo.

Já quem mira a aposentadoria daqui a 20 anos (ou mais – longo prazo) pode assumir mais riscos investindo em renda variável e ativos reais, buscando maior rentabilidade durante o período.

Em seguida, é necessário determinar os percentuais aproximados a serem investidos em cada classe, acompanhando periodicamente o mercado (mas não com muita frequência!) e rebalanceando as proporções de ativos na carteira quando algum segmento se desviar muito do pretendido. Cada caso é um caso, e não existe fórmula mágica que atenda a todos os investidores por igual.

Na prática, a divisão entre classes de ativos funciona como o alicerce de uma casa: quanto mais sólido e bem distribuído, mais resistente à fortes oscilações do mercado, que podem ocorrer de tempos em tempos.

Investir dentro de cada classe de forma coerente e manter o equilíbrio ao longo do tempo faz toda a diferença para alcançar resultados consistentes.

Conclusão

Existem várias classes de ativos em finanças e investimentos, cada uma com suas características de rentabilidade, prazos e risco. É importante, para o investidor, conhecer essas categorias de investimentos e saber como alocar seu capital de forma diversificada nesses ativos, de modo a evitar a concentração de seu dinheiro em uma única classe, de modo a proteger seu patrimônio e aumentar as chances de retorno financeiro no futuro.

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