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10 hábitos para alcançar a Independência Financeira

10 hábitos para alcançar a Independência Financeira

Muitas pessoas sonham em alcançar a dita Independência Financeira – arrisco dizer que a maioria delas. Mas o que significa exatamente ser financeiramente independente, e o que podemos fazer para alcançar esse estágio em nossas vidas?

Podemos considerar que a Independência financeira é a condição em que uma pessoa consegue sustentar seu estilo de vida sem depender de um salário ou de trabalho ativo.

Isso é alcançado quando a renda passiva — renda proveniente de investimentos, aluguéis, dividendos ou outros fluxos financeiros — é suficiente para cobrir todas as despesas da pessoa. Esse é um objetivo comum para aqueles que buscam liberdade para decidir como gastar seu bem mais valioso, o tempo, e trabalhar por escolha e não por necessidade. Ou não trabalhar mais, simplesmente.

Mas conseguir isso não é fácil. No geral, atingir a independência financeira envolve realizar um planejamento financeiro sólido, muita disciplina e anos de acúmulo de patrimônio.

Alguns hábitos podem ajudar imensamente a conseguir isso. Vejamos algumas das coisas que podemos (ou devemos) fazer de forma constante para alcançar nossa liberdade financeira.

Como atingir a Independência Financeira

1. Tenha objetivos de vida bem definidos

Saber o que desejamos e onde queremos chegar é o primeiro passo para atingir nossos objetivos. Qual é o seu propósito para querer ser financeiramente independente? Você quer parar de trabalhar? Passar mais tempo com a família? Fazer viagens? Montar um negócio em uma área que você gosta?

Saber a resposta a essa pergunta nos dá o direcionamento adequado para seguirmos o processo de acúmulo de patrimônio necessário para atingir os nossos objetivos. E isso de forma prática e precisa: quando sabemos onde queremos chegar, fica muito mais fácil calcular o que precisaremos em termos de capital, e assim determinar de que forma iremos obter esses recursos – em outras palavras, quanto dinheiro precisaremos e como iremos obter esse capital. Se não soubermos quanto dinheiro é necessário para sermos independentes, como saberemos quando teremos conseguido, ou sequer se estamos no caminho certo?

Meu objetivo, por exemplo, é obter uma renda extra, complementar, que me permita diminuir o ritmo de trabalho em no máximo 5 anos (2029), exercendo uma função em meio período e dedicando o restante do meu tempo a projetos pessoais e à minha família. Não tenho a intenção de parara de trabalhar completamente, mas tampouco quero continuar trabalhando em período integral até o fim. Sabendo disso, fica mais fácil traçar um plano e definir as metas que preciso alcançar ao longo do tempo para atingir esse meu objetivo.

2. Faça um orçamento mensal

Fazer um orçamento mensal, na forma de uma planilha, por exemplo, é de extrema importância para o processo de gerenciamento de nossos recursos. Precisamos saber com precisão quanto dinheiro ganhamos e quanto dinheiro gastamos todos os meses, e em que exatamente estamos gastando esse dinheiro.

Ao fazer um orçamento, geralmente ficamos surpresos ao descobrir que uma parte considerável de nosso dinheiro é gasto em coisas que não são necessariamente úteis ou importantes, como assinaturas de streaming, restaurantes caros, comprar por impulso  e ouras coisas que não percebemos, mas que levam embora capital que poderia ser muito melhor empregado – caso percebêssemos isso.

Ao criar sua planilha de orçamento, procure ser honesto consigo mesmo, e coloque todas as informações sobre entradas e saídas de dinheiro (seu fluxo de caixa pessoal), independente de valor e finalidade. Não deixe nada de fora, para não se enganar e chegar a conclusões falsas sobre o estado de suas finanças e as áreas onde você precisa agir.

3. Sempre pague a fatura total do cartão de crédito

Cartões de crédito são uma grande comodidade: com eles podemos concentrar nossas comprar em um único lugar, controlar nossos gastos consultando regularmente a fatura, parcelar compras e conseguir prazos de até 40 dias para pagar as contas!

Mas essas comodidades tem um preço, e ele pode ser elevado: é muito, mas muito fácil passar o cartão em uma compra, e acabarmos adquirindo ou pagando por coisas que não precisamos, simplesmente pela comodidade e facilidade em realizar as transações. Os cartões de crédito podem ser uma grande armadilha se não forem usados corretamente.

Mas o pior de tudo é não pagar a fatura mensal por inteiro. Nesse caso, você pagará juros – e juros exorbitantes. Os juros do cartão de crédito no Brasil são um dos maiores do mundo, e podem rapidamente transformar suas dívidas em uma bola de neve que cresce exponencialmente, até se tornar insustentável. Nunca, jamais deixe de pagar a fatura completa do cartão – pagar juros para administradoras de crédito é o mesmo que queimar notas de dinheiro em uma fogueira.

Pague sempre a fatura por inteiro!

Cartões de Crédito são muito práticos
Cartões de Crédito são muito práticos, mas é preciso ficar atento para não se endividar.
Imagem por Gerd Altmann – Pixabay

E, caso você tenha algum tipo de dívida, deve criar um plano para pagá-la o mais rápido possível, ou ao menos amortizá-la, pois dívidas incorrem em juros elevados, e juros de dívidas nada mais são do que dinheiro desperdiçado.

4. Pague a si mesmo primeiro

Pague a si mesmo primeiro” é uma frase clássica que apareceu no livro “Pai Rico, Pai Pobre”, de Robert Kyiosaki (mas a ideia é anterior a essa obra). O que ela significa é que, assim que você recebe seu salário ou outros ganhos, deve separar imediatamente uma parcela do dinheiro para poupança e investimento posteriores, antes mesmo de pagar qualquer conta ou fazer qualquer compra. Na prática significa automatizar sua poupança, de modo a garantir que todo mês você separe dinheiro para compor seus objetivos financeiros.

Essa estratégia é muito eficiente, e eu a recomendo enfaticamente. O quanto você irá guardar do seu salário irá depender do seu estilo de vida, das suas dívidas e da capacidade de ganhar dinheiro, e quanto mais você conseguir, melhor. Mas tente separar no mínimo 10% do que você ganhar. Assim, se seu salário for de R$ 3000,00 por mês, assim que esse dinheiro cair em sua conta já separe a partir de R$ 300,00 para investimentos – e tente se virar com o que restar. Se conseguir guardar uma porcentagem maior, melhor.

5. Faça investimentos

Somente guardar dinheiro não é suficiente; com o passar do tempo, o poder de compra do dinheiro poupado vai sendo corroído pela inflação, e o capital permanece estagnado, sem apresentar nenhum crescimento. Por isso é importante investir o dinheiro poupado – e  opções de investimentos não faltam, como ações, renda fixa, fundos, e muitas outras.

Ao colocar nosso dinheiro em um investimento que traga bons retornos, garantimos que nosso capital compensará a inflação em termos de poder de compra, e podemos acumular ganhos adicionais, fazendo o patrimônio crescer substancialmente. E, com o passar do tempo e a mágica dos juros compostos, veremos nosso dinheiro se multiplicando cada vez mais rápido – desde que seja investido com sabedoria, paciência e discernimento.

Sem realizar investimentos é praticamente impossível alcançar a independência financeira. Faça seu dinheiro trabalhar para você!
Sem realizar investimentos é praticamente impossível alcançar a independência financeira. Faça seu dinheiro trabalhar para você!. Image by Nattanan Kanchanaprat from Pixabay

6. Aprenda o máximo sobre Educação Financeira

Essa dica chega a ser óbvia: para saber como poupar, investir e ganhar mais dinheiro, você precisa aprender o máximo que puder sobre educação financeira.

Infelizmente, esse é um tópico que não é abordado em nossas escolas, e comumente crescemos sem ter a mínima noção de finanças e investimentos. Por isso, precisamos correr atrás do “tempo perdido” e procurar aprender a respeito – e, para nossa sorte, existem inúmeras fontes de conhecimento disponíveis atualmente, muitas delas gratuitas e de alto nível.

Existem muitos Livros, Blogs, alguns canais do YouTube e Cursos que podem ser seguidos para aumentar o conhecimento em Economia e Finanças, e eu recomendo, a princípio, que sejam lidos bons livros sobre o assunto, antes mesmo de se aventurar no conteúdo disponível na Internet. O motivo? qualidade e idoneidade. Livros geralmente possuem informação mais precisa e menos enviesada do que a, digamos, “opinião” de quem posta material na Internet – e com isso me refiro aos ditos ‘Influenciadores” que, muitas vezes (infelizmente) não tem a menor intenção de ensinar nada a ninguém: seu objetivo é vender cursos e monetizar visualizações de blogs e canais.

Alguns na verdade nem sequer sabem como investir de forma adequada, e não tem a menor noção de como uma pessoa com poucos recursos deve agir para melhorar sua vida financeira. Cuidado!

Para quem está começando recomendo os livros O Homem Mais Rico da Babilônia, de George S. Clason, que é bem barato e pode inclusive ser conseguido em sebos a preço irrisório, e A Psicologia Financeira, de Morgan Housel, para entender os fatores psicológicos que nos levam a nos relacionarmos com o dinheiro de maneiras às vezes desastrosas – e como mudar isso.

7. Pense duas vezes antes de comprar algo: seja frugal

Quem não gosta de fazer compras de vez em quando? Porém, será que tudo o que compramos é realmente necessário? Comprar um pacote de arroz no supermercado me parece indispensável, mas trocar de celular todo ano me cheira a um gasto desnecessário.

Quando pensar em comprar alguma coisa que não seja item de necessidade básica, para para pensar: será que preciso mesmo disso? Espere alguns dias antes de realizar a compra, e talvez você perceba que ela não era realmente importante – e acabe desistindo.

Compras por impulso e de itens que não são importantes acabam levando embora uma parte considerável de nosso capital – aquele mesmo dinheiro que poderíamos direcionar para nossa poupança e investimentos.

Seja frugal. Isso significa adotar um estilo de vida baseado no consumo consciente e na moderação, buscando gastar seu dinheiro de forma eficiente e, assim, evitar desperdícios.
Não quer dizer que você deve se privar das coisas, mas sim fazer escolhas financeiras inteligentes, valorizando o que realmente importa e priorizando necessidades sobre desejos supérfluos.

8. Cuide bem das coisas que você tem

Seja uma casa, um carro, seu celular ou o sofá da sua sala, é importantíssimo cuidar bem das coisas que temos, pois elas compõem nosso patrimônio, e fazê-las durar o máximo possível nos permite economizar mais dinheiro, ao não ter de trocá-las ou consertá-las (pagando por isso) por conta de mau uso ou deterioração.

Adquirir itens de boa qualidade ajuda nesse processo, pois eles tendem a durar mais, reduzindo assim a necessidade de comprá-los novamente em um curto período de tempo. Isso vale para tudo, inclusive roupas, eletrodomésticos e móveis em geral.

Além disso, manter nossos bens em bom estado também é importante pois, talvez  precisemos ou queiramos nos desfazer deles um dia, e itens bem preservados podem ser vendidos por preços mais altos do que itens deteriorados, que podem às vezes nem sequer possuir valor de revenda mais.

Eu sempre cuido bem das coisas que temos em casa, e por conta disso sempre consegui um valor razoável ao vender determinados objetos que não precisava mais, como uma guitarra, videogames e DVDs variados. Na verdade, eu nem deveria tem comprado esse itens (ver dica #7!), mas ao menos não fiquei com um grande prejuízo no final.

Livros antigos: se bem cuidados, podem valer um bom dinheiro para colecionadores.

Outro exemplo: sempre procuro manter minha casa em ordem, e especialmente o quintal bem limpo e varrido, evitando assim que folhas das plantas do jardim ou terra caiam nos ralos – o que em algum momento poderia ocasionar entupimento e, consequentemente, gasto desnecessário com encanador e serviços do gênero – e que são absurdamente caros!

9. Viva abaixo dos seus meios

Esse hábito é fundamental para quem quer, em algum momento, atingir a independência financeira. Na verdade, é um hábito que todos deveriam seguir, para que seja possível manter as contas em dia, não se endividar e conseguir acumular algum capital para realizar compras maiores, fazer uma viagem, quitar dívidas, etc.

A ideia é bem simples: gaste menos do que você ganha. Assim, você pode guardar e investir a diferença que sobra. Pode parecer algo básico e até mesmo óbvio, mas muitas pessoas gastam MAIS do que ganham mensalmente, e acabam endividadas, com poucas esperanças de saírem desse ciclo vicioso.

Claro, falar é bem mais fácil do que fazer, pois dependendo de quanto uma pessoa ganha em termos de salário talvez seja muito difícil não gastá-lo todo com as despesas do dia-a-dia. Mas é importante demais pensar a respeito e elaborar maneiras de gastar menos do que se ganha, o que significa geralmente fazer as coisas de uma forma diferente, às vezes deixando de fazer ou comprar coisas que desejamos – é a ideia de ser paciente e jogar a recompensa pelo nosso esforço e trabalho para um momento futuro.

Também é importante notar que essa ideia deve ser aplicada INDEPENDENTE DE QUANTO SE GANHA. Ou seja, se a pessoa receber um aumento salarial, ou trocar de emprego e passar a ganhar mais, ou ainda conseguir um segundo emprego e aumentar sua renda, não importa: deve-se continuar vivendo abaixo do que a renda pode proporcionar. Só assim será possível ter uma diferença monetária significativa para poupar e investir.

Não se iluda: se te sobra muito pouco dinheiro todo mês, como R$ 10,00 (ou mesmo R$ 100,00), será incrivelmente difícil atingir a independência financeira algum dia – mesmo depois de décadas!. Não se deixe levar por influencers que dizem que “com dez reais por mês você vai investir e chegar em um milhão”. Não vai, sinto muito.

Mas o influencer vai, pode apostar, porque eles ganham em cima de você. A saída nesse caso é ganhar mais dinheiro, seja trocando de emprego, ou de profissão, ou estudando mais para garantir cargos melhores.

10. Cuide da sua saúde

Esse é o hábito mais importante de todos, por isso o deixei por último na lista. A saúde é o bem mais importante que temos na vida; sem ela, nada mais faz nenhum sentido.

Afinal, do que adianta ter um patrimônio enorme acumulado se não podemos usufruir dele por falta de saúde? Além disso, ter uma saúde ótima e cuidar do seu corpo e de sua mente ajudam imensamente na tarefa de estudar, pensar, trabalhar e gerar renda para nossos investimentos.

Ou seja, a saúde é fundamental para enriquecer e para usufruir dessa riqueza. Cuide-se sempre!

A saúde é o bem mais precioso que temos.
A saúde é o bem mais precioso que temos. Image by Sasin Tipchai from Pixabay

Conclusão

Vimos dez hábitos importantes que são fundamentais para todos aqueles que desejam alcançar sua independência financeira ao longo do tempo. Mas é necessário mais do que isso, na verdade – há muito mais o que fazer para atingir o objetivo de ter um patrimônio que seja capaz de custear nossas despesas e nos libertar da obrigação de trabalhar durante a maior parte de nossas vidas.

Note que trabalhar em si não é ruim, e  pode até ser prazeroso se fizermos coisas que nos fazem sentir bem; mas trabalhar por obrigação fazendo coisas que não gostamos é o que queremos eliminar.

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